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Posso confiar nas peças de carros paralelas? Saiba como escolher.


22 de Dezembro de 2021.


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A oferta de peças genuínas costuma ser ampla para carros novos, mas esse cenário é diferente para modelos mais antigos ou importados: proprietários desses veículos nem sempre conseguem encontrá-las, ou então, quando localizam alguma delas, podem ter que pagar preços exorbitantes.


Nesses casos, a solução, muitas vezes, é a aquisição de componentes conhecidos como “paralelos”, que não têm a chancela do fabricante do veículo. Mas esses itens têm qualidade? É possível confiar neles?


Primeiramente, vale destacar que o mercado brasileiro de peças de reposição independente para carros é um dos maiores do mundo: movimenta cerca de R$ 140 bilhões por ano, somando serviços e componentes, de acordo com a Fraga Inteligência Automotiva, empresa especializada no fornecimento de dados para esse setor.


O diretor de inteligência de mercado da empresa, Danilo Fraga, explica que existem produtos com os mais diversos tipos de origens. “São mais de 80 grandes empresas de fabricação e distribuição de autopeças, que, inclusive, fornecem para a indústria automotiva. São marcas consagradas, como Bosch, Mahle, Cofap e Valeo, que vendem seus produtos fora da rede de concessionárias, no mercado paralelo.”


Porém, existem também itens feitos de maneira semi-artesanal, popularmente classificados como “de fundo de quintal”. Fraga também chama a atenção para as autopeças importadas, mas de má qualidade, que se tornaram comuns nos últimos anos. Isso, sem falar nos componentes usados e até mesmo nos falsificados.


Prefira fabricantes tradicionais e renomados


O primeiro passo é, justamente, optar por marcas que têm tradição e renome no mercado. Se o consumidor tiver dúvidas ou desconhecimento sobre o mercado de peças, o ideal é pedir a opinião de um mecânico de confiança ou de outro profissional acostumado a lidar com reparação de carros.


Fraga pondera que a maioria das peças dos carros não é certificada pelo Inmetro, de modo que muitos itens de boa qualidade podem não contar com selo desse órgão. Apenas alguns componentes, quase todos ligados à segurança veicular, têm diretrizes de aprovação estabelecidas pela agência. Confira, a seguir, quais são esses itens:

  • Material de atrito para freios (lonas e pastilhas)

  • Líquidos para freios hidráulicos

  • Baterias chumbo-ácido

  • Amortecedores

  • Rodas (de aço e de alumínio)

  • Anéis de pistão

  • Bronzinas

  • Pistões, pinos e anéis de trava

  • Terminais e barras de direção

  • Bomba elétrica de combustível (para motores ciclo Otto)

  • Buzinas

  • Lâmpadas

  • Componentes para motocicletas (coroa, pinhão, corrente e escapamento)


Fuja de peças e serviços para carro sem garantia


O Código de Defesa do Consumidor estabelece uma garantia legal de de 90 dias para bens duráveis e serviços, incluindo automóveis e a respectiva manutenção. Portanto, quem não oferece essa cobertura mínima já está, automaticamente, irregular. Trata-se de um sinal claro de alerta, tanto sobre a qualidade da autopeça quanto sobre a idoneidade de quem a vende.


O diretor da Fraga Inteligência Automotiva lembra que o varejo também é responsável por prestar a devida assistência ao consumidor. Por isso, ele recomenda que o comprador procure lojas de boa reputação, que tenham fornecedores de qualidade.


Desconfie de preços muito baixos


Conhecer o comerciante é essencial para colocar peças de boa qualidade no carro. Fraga opina que, com a ascensão das vendas online, cresceu a oferta de componentes de má-qualidade, piratas ou até mesmo roubados: “na internet, geralmente, você não conhece o vendedor: é um mercado negro”.


Por isso, mesmo que o consumidor opte por comprar peças para o carro pela internet, deve buscar por lojas renomadas, que ofereçam garantia e nota fiscal. Outra dica é desconfiar de componentes vendidos por preços muito abaixo daqueles praticados no mercado: trata-se de mais um indício de que o produto não oferece qualidade, ou então tem origem ilícita.


Tecnologia é aliada contra a pirataria


Muita gente nem sabe, mas autopeças também são alvo de pirataria. Esses produtos, muitas vezes, vêm em embalagens lacradas e ostentam marcas famosas. Entretanto, não foram fabricados pela empresa anunciada e, claro, tampouco têm a devida qualidade. De acordo com Fraga, lâmpadas, rolamentos e amortecedores estão entre os itens mais falsificados.


O especialista pontua que até mesmo lojas sérias podem oferecer peças para carro falsificadas em seus balcões. Em muitos casos, o próprio comerciante é enganado por fornecedores desonestos. Por isso, a indústria de autopeças vem recorrendo à tecnologia para combater a pirataria. “Muitas empresas já colocam um QR Code na embalagem dos produtos, para que o cliente possa atestar a originalidade: basta baixar um app no celular,” aconselha.


Peças recondicionadas são boa opção para o carro?


Componentes remanufaturados não são, necessariamente, ruins. Contudo, mais uma vez, o consumidor deve ficar atento à origem desses produtos. “Quem recondiciona? Essa é a questão: recondicionamentos feitos em fundo de quintal provocam sério risco”, adverte Fraga.


Porém, o especialista lembra que alguns fabricantes renomados oferecem itens recondicionados no mercado: nesses casos, o processo segue o mesmo rigor daquele estabelecido para as peças novas e atende, inclusive, a determinadas normativas estabelecidas pela ABNT. E, claro, o comprador desfruta da garantia legal.


O diretor da Fraga Inteligência Automotiva esclarece que o recondicionamento traz até vantagens ambientais. Isso porque alguns componentes têm metais pesados, ou não são biodegradáveis. Entretanto, ainda existe pouca oferta de peças remanufaturadas pelos próprios fabricantes para carros: esses itens são mais comuns no mercado de reposição para veículos pesados, principalmente caminhões.


Entre as empresas que oferecem linhas de produtos remanufaturados, está a ZF, que recondiciona embreagens, reaproveitando unicamente a carcaça. Outra que disponibiliza itens desse tipo é a Cummins: a linha da multinacional inclui injetores, módulos eletrônicos de controle, bombas de combustível de alta pressão e cabeçotes de motores.


Fonte: autopapo

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