Ansiedade financeira: veja dicas para trabalhar a mente e evitar gastos
07 de Janeiro de 2023.
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Escolher a hora adequada para fazer compras e limitar o uso do cartão de crédito são algumas das medidas que podem ajudar no controle de gastos.
Além de causar prejuízos ao bolso, as dívidas muitas vezes afetam vários outros aspectos da vida dos endividados – entre eles, o psicológico. Um levantamento da Serasa feito com 5.225 pessoas em novembro de 2022 mostrou que, dos entrevistados, a maioria relatou problemas emocionais causados pela situação financeira. Daquele grupo, 61% viveram ou vivem sensação de “crise e ansiedade” ao pensar nas dívidas.
Especialistas ouvidos pelo g1 apontam que a chamada "ansiedade financeira" vem crescendo entre os brasileiros. Esse sentimento pode estar relacionado tanto às dificuldades em lidar com as contas, quanto ao ato de "descontar" frustrações do dia a dia em coisas que envolvem o dinheiro.
A boa notícia, no entanto, é que há formas de trabalhar a mente para aprender a melhorar a relação com as finanças.
A ansiedade e o dinheiro
O Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados da instituição mostram que, em 2019, quase 10% da população brasileira – cerca de 18,6 milhões de pessoas – sofria com o problema. Esse número pode ser revisado nas próximas edições da pesquisa, principalmente tendo em conta que o mundo viveu um longo período de pandemia.
Fernanda Moura, psicóloga e especialista em neuropsicologia, explica que a ansiedade, por si só, é uma emoção básica natural ao ser humano, que tem como função "nos deixar alerta para um possível perigo futuro".
"A questão é que aprendemos a não aceitar e não lidar com essa emoção. É o famoso 'deixar para lá', e é aí que entra a parte financeira. Tentando diminuir a ansiedade, transferimos nosso foco para outras áreas. Compras são uma delas. Assim, muitas vezes temos atitudes impulsivas relacionadas às compras (para descontar a frustração trazida pela ansiedade). E isso vai se tornando um ciclo", diz Fernanda.
A atitude de comprar por impulsividade para reduzir a ansiedade, porém, além de pesar no bolso e aumentar as chances de uma pessoa se endividar, também não é o ideal para tratar o problema. "Como forma de diminuir a ansiedade e não comprar por impulsividade a primeira coisa é organização e planejamento. Quando temos um plano é mais fácil lidar com a ansiedade", destaca a psicóloga.
Fernanda comenta que a melhor maneira de começar a lidar com os aspectos que geram ansiedade é por meio de terapias com profissionais da psicologia. Em contrapartida, a especialista dá dicas de hábitos comportamentais que podem ajudar a evitar as compras por impulsividade e o consequente endividamento.
Anotar tudo que entra e tudo que sai da conta
Para a psicóloga, um dos principais pontos para lidar com a ansiedade financeira é o controle de gastos, fazendo anotações de todo o dinheiro que entra e que sai da conta em um mês. "Assim, vamos tendo ideia do quanto muitas vezes gastamos por impulso".
Wanessa Guimarães, sócia da HCI e planejadora financeira, pontua que as anotações sobre as movimentações financeiras podem ser feitas como e onde forem mais convenientes para a pessoa – de um bloco de notas físico a uma planilha no computador.
Fonte: G1
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